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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Mês das Misericórdias

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Mês das Misericórdias

Misericórdia: A expressão tem origem latina, e é formada pela junção de miserere (ter compaixão)

e cordis (coração). Significa ter capacidade de sentir dor pela dificuldade do outro e

apressar-se em socorrê-lo. Neste ano de 2016, que é o ano santo da misericórdia, alertamos

para a nossa situação de desamparo.

Impulsionadas pela data de 15 de agosto, instituída como o Dia das Misericórdias no Brasil, as

245 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul, querem chamar atenção da

população e pedir misericórdia aos gestores do SUS.

As seculares instituições de saúde que atendem mais de 70% da demanda do Sistema Único

do Rio Grande do Sul, que atuam com beneficência, qualidade e atenção aos que mais necessitam,

está em colapso. Além das vidas que cuidamos quando a saúde não vai bem, queremos

chamar atenção para os mais de 65 mil trabalhadores que estão ligados aos nossos

hospitais. Sem esses hospitais, quantas famílias ficariam desamparadas?

As estruturas dos hospitais vêm reduzindo gradativamente e queremos expor o porquê

dessa situação. Você sabia que hoje uma Consulta Simples para um adulto custa para os

hospitais R$ 42,00 e o Governo Federal repassa apenas R$ 13,00? Uma conta que não fecha!

Não bastasse essa diferença imensa, ano a ano os recursos vêm diminuindo e a demanda

aumentando. Uma conta que nem o melhor matemático do mundo ou o melhor gestor consegue

organizar.

Misericórdia e solidariedade ao próximo é o que encontramos diariamente nesses hospitais.

Os salários estão atrasados e mesmo assim o atendimento é prestado. A saúde é o mais

importante. Mas não há como fechar os olhos para este cenário assustador. No Rio Grande do

Sul, as Santas Casas de Misericórdia já acumulam dívidas que alcançam R$ 1,4 bilhões. Sem

crédito, sem medicamentos, sem profissionais. E o pior, sem perspectivas.

Aqui no Estado também sofremos com cortes de recursos, falta de calendário de pagamentos

- assim como funcionários do Estado, os hospitais recebem parcelado, e acredite, estamos

há meses sem receber por alguns serviços que prestamos – onde anda a misericórdia

dos gestores com a saúde pública do Estado. Não podemos e não devemos perder mais

vidas pelo descaso. A saúde não vem sendo tratada com a prioridade que merece e especialmente,

que precisa.

Ninguém melhor que o usuário do Sistema Único de Saúde para abraçar essa causa juntos

com hospitais e seus trabalhadores. Se você que precisa do hospital do seu município não

exigir o respeito dos Gestores Políticos, as nossas vozes não ficam completas.

Sensibilidade, atenção, respeito e misericórdia com quem é responsável pelo atendimento

hospitalar do gaúcho deve ser o lema na prática, não apenas na teoria.

No mês das Misericórdias o nosso pedido ao Governador José Ivo Sartori e ao Presidente

Michel Temer: MISERICÓRDIA COM AS SANTAS CASAS! Até quando os olhos de nossos

governantes estarão fechados para nós? Até quando?